Após denúncia do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), a Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Fortaleza sentenciou, no dia 2 de maio, o advogado Júlio César Costa e Silva Barbosa a oito anos e três meses de reclusão por integrar organização criminosa armada, dano ao patrimônio público, resistência e desacato. Os delitos foram cometidos no dia 15 de setembro de 2021, no interior da Unidade Prisional de Segurança Máxima do Estado do Ceará, em Aquiraz, e no interior de uma viatura policial.
De acordo com denúncia do Gaeco, o advogado foi preso em flagrante, por policiais penais, ao tentar enviar mensagem para fora do presídio. Ao realizar visita a um cliente, Júlio César recebeu papel em branco e lápis, procedimento padrão de segurança da unidade prisional. Ao final do encontro, foi solicitado que o advogado cumprisse o protocolo e apresentasse as anotações feitas, mas ele recusou-se. O diretor da Unidade Prisional informou que seria necessário o comparecimento de um policial para resolver a situação, o que resultou na entrega do papel, onde foram encontradas anotações sobre disputas entre organizações criminosas.
Ao ser informado que o papel ficaria retido, Júlio César o tirou da mão de um dos agentes e foi preciso o uso da força para reaver o documento. Nesse momento, o advogado passou a proferir ameaças e a desacatar os policiais penais. Ele foi contido e encaminhado para a delegacia. No interior da viatura policial, ele conseguiu quebrar as dobradiças da grade do camburão, causando dano ao patrimônio público.
As ações de Júlio César foram confirmadas pelas câmeras de segurança e pelos depoimentos dos policiais e do cliente que recebeu a visita, que afirmou pagar R$ 300 reais por cada ida do advogado, para enviar e receber recados. O diretor da Unidade Prisional, ao ser ouvido, afirmou ter conhecimento de o acusado ser contratado pelos presos com a finalidade de realizar troca de informações entre os encarcerados e pessoas do lado de fora da prisão, todos membros da mesma organização criminosa.